sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Sobre as Mangueiras e Mangas...


Ontem o Adriano escreveu mais um lindo Post sobre um assunto que vem me aflingindo há algum tempo...
Educação e Educadores...
Mangueiras e Mangas...
Resolvi comentar por aqui...
Obrigada mais uma vez... :)


Yes, we can!!! rs
Não, não estou comentando o Post errado... :)
Esse desânimo todo com a Educação é compreensível Dri, diante do cotidiano massacrante e ingrato de um Educador no nosso país...
Temos que buscar ânimo, inspiração e até coragem para introduzir algo de valor nas vidas dessas crianças que nos são confiadas, digo isso porque diariamente sei de meninos de 12, 14 anos negociando drogas (dentro da escola) e matando por besteira... E ai do professor que quiser tentar impedi-los... Minha mãe foi ameaçada esse ano... Está de licença desde então...
Enfim, esse não é o ponto... Essas questões transpassam os muros da escola e abrangem outras misérias sociais também urgentes e responsáveis por tamanho desânimo e descrédito do nosso povo quanto à possibilidade de mudança de determinada situação e descomprometimento para com suas responsabilidades (familiares, sociais, cívicas... quaisquer que sejam).
Concordo absolutamente com você Dri, e como já comentei certa vez em uma conversa despretensiosa, como podem permitir que pessoas cujos valores não condizem com os ideais da educação sejam educadoras? Pior ainda, formadores de educadores? (Não quero fazer julgamento algum, embora o pareça, estou apenas falando do que anima a pessoa a exercer a tarefa de educar, do que essa pessoa tem de valor para passar adiante).
Essa resposta é fácil... Não há como mensurar os valores que cada um carrega dentro de si, valores esses que nos fazem enxergar as situações com mais ânimo ou desânimo, otimismo ou pessimismo, entusiasmo ou apatia.
Admiro e me inspiro muito nas pessoas que têm fé, amor e comprometimento na dura tarefa de Educar... Tenho grandes exemplos de mestres que me serão queridos eternamente, e exemplos também de como um professor pode não somente deixar de contribuir, mas atrapalhar (e muito) a vida de um aluno.
Nosso desafio não se limita somente à Educação Básica e projetos sociais... Envolve também o processo de formação de nossos colegas, exatamente como você disse -"Nossas atitudes serão a base de inspiração para futuros educadores, seja para o bem ou para o mal". E sabemos ainda que há uma forte tendência de se repetir a vivência que a própria pessoa teve em seu processo educacional e de formação.
Muito feliz a idéia de comparar a Educação à uma bela e frondosa árvore frutífera... A analogia é perfeita e a figura é linda!!! Também posso ver a Educação como uma bela árvore, com todas as maravilhas e dons inerentes a ela brotando, doando força e vida para todos...
Não devemos esquecer as mangas caídas... pois elas também têm sementes e só apodrecerão se forem abandonadas... Podem espalhar valores ensinados ou deixados de ensinar, positivos ou não.
Uno-me portanto ao seu impulso de otimismo e pedido aos nossos colegas que tentem enxergar a situação com um pouco mais de paciência e acreditar que podem sim propor algumas melhorias na vida desses pequenos (ou grandes), ou até de toda uma comunidade...
"Se a Educação não chegou onde gostaríamos, é porque devemos fazer mais, propor mais, mobilizar mais, brigar mais, tentar mais". Estendo esse esforço a todas as problemáticas que se apresentam na vida, tudo o que gostaríamos e ainda não é, o que nos incomoda, machuca ou desmotiva. Devemos sim lutar contra esses sentimentos colocando acima deles a vontade de transformar a situação, e enquanto educadores, buscarmos antes de tudo os valores que nos darão ânimo e norte para desempenharmos nossa sagrada tarefa com mais amor e menos lamentação, nos orientando melhor na administração de nossos próprios troncos e de nossas semeaduras futuras.

Yes, we can!!! :)

Viajei, viajei e nem sei se consegui expor minhas inquietações relativas a tudo isso... Acho que não...
É um assunto pelo qual chorei muitas vezes há algum tempo atrás...

Mais uma vez obrigada por ser tão bom semeador...
VIU?! :)
Beijos e beijos!!!
Meu amor...

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Afinidade



Achei que deveria iniciar esse blog falando sobre o sentimento que o motivou e que mais vêm me tocando nos últimos tempos... Essa tal de Afinidade.


Até bem pouco tempo atrás era somente uma palavra bonita no meu vocabulário, porém de repente passou a ser fator essencial na minha vida e determinante nas minhas percepções, escolhas, aprendizados, evolução, esperanças.


Eis um sentimento que transcende nossa compreensão, transcende esse mundo material e as barreiras que ele nos impõe...

De repente a vida nos traz alguém cuja presença sempre se fez sentida inexplicavelmente... Elo de coração para coração, de alma para alma... Intimidade profunda, sublime e maravilhosa.
De braços abertos e coração inundado em alegria e afeto, a única coisa a se fazer é contemplar e absorver toda a energia e renovação que esse momento mágico nos oferece.

Só me resta então agradecer todos os dias à vida por ter-me dado oportunidade de encontrar irmãos que conhecem minh’alma profundamente, compreendem minhas emoções através de um olhar, ou som da minha voz, ou simplesmente captam minha energia, compartilham comigo desejos, sonhos, esperanças e alegram-me simplesmente por ouvir sua voz em minha mente, lembrar-me de um momento especial, por poder dedicá-los meu amor e saber que existem, mesmo que estejam distantes geograficamente...

O meu amor transcende o tempo, as barreiras, e qualquer geografia...

Posso ficar páginas e páginas tentando explicar a maravilha do meu sentimento, no entanto acredito que minhas palavras seriam poucas e esse poema já diz com perfeição exata tudo o que eu poderia querer dizer-lhes. Só poderia acrescentar...

MUITO OBRIGADA por ter entrado na minha vida...








AFINIDADE
(Arthur da Távola)

(Segue o texto, caso o vídeo não abra pra você)


A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos.
O mais independente. Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, as distâncias, as impossibilidades. Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto, no exato ponto em que foi interrompido.

Afinidade é não haver tempo mediando a vida. É uma vitória do adivinhado sobre o real. Do subjetivo sobre o objetivo. Do permanente sobre o passageiro. Do básico sobre o superficial. Ter afinidade é muito raro.
Mas quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar. Existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixaram de estar juntas.
O que você tem dificuldade de expressar a um não afim, sai simples e claro diante de alguém com quem você tem afinidade.

Afinidade é ficar longe pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem ou mobilizam. É ficar conversando sem trocar palavra. É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento.
Afinidade é sentir com. Nem sentir contra, nem sentir para, nem sentir por, nem sentir pelo. Quanta gente ama loucamente, mas sente contra o ser amado? Quantos amam e sentem para o ser amado, não para eles próprios? Sentir com é não ter necessidade de explicar o que está sentindo. É olhar e perceber. É mais calar do que falar. Ou quando é falar, jamais explicar, apenas afirmar.

Afinidade é jamais sentir por. Quem sente por, confunde afinidade com masoquismo. Mas quem sente com, avalia sem se contaminar. Compreende sem ocupar o lugar do outro. Aceita para poder questionar. Quem não tem afinidade, questiona por não aceitar.

Só entra em relação rica e saudável com o outro, quem aceita para poder questionar.
Não sei se sou claro: quem aceita para poder questionar, não nega ao outro a possibilidade de ser o que é, como é, da maneira que é. E, aceitando-o, aí sim, pode questionar, até duramente, se for o caso.
Isso é afinidade. Mas o habitual é vermos alguém questionar porque não aceita o outro como ele é.
Por isso, aliás, questiona. Questionamento de afins, eis a (in)fluência. Questionamento de não afins, eis a guerra.

A afinidade não precisa do amor. Pode existir com ou sem ele. Independente dele. A quilômetros de distância. Na maneira de falar, de escrever, de andar, de respirar.
Há afinidade por pessoas a quem apenas vemos passar, por vizinhos com quem nunca falamos e de quem nada sabemos. Há afinidade com pessoas de outros continentes a quem nunca vemos, veremos ou falaremos.
Quem pode afirmar que, durante o sono, fluidos nossos não saem para buscar sintomas com pessoas distantes,com amigos a quem não vemos, com amores latentes, com irmãos do não vivido?

A afinidade é singular, discreta e independente, porque não precisa do tempo para existir.
Vinte anos sem ver aquela pessoa com quem se estabeleceu o vínculo da afinidade!
No dia em que a vir de novo, você vai prosseguir a relação exatamente do ponto em que parou.
Afinidade é a adivinhação de essências não conhecidas nem pelas pessoas que as tem.

Por prescindir do tempo e ser a ele superior, a afinidade vence a morte, porque cada um de nós traz afinidades ancestrais com a experiência da espécie no inconsciente. Ela se prolonga nas células dos que nascem de nós, para encontrar sintonias futuras nas quais estaremos presentes.

Sensível é a afinidade. É exigente, apenas de que as pessoas evoluam parecido.
Que a erosão, amadurecimento ou aperfeiçoamento sejam do mesmo grau, porque o que define a afinidade é a sua existência também depois. Aquele ou aquela de quem você foi tão amigo ou amado, e anos depois encontra com saudade ou alegria, mas percebe que não vai conseguir restituir o clima afetivo de antes, é alguém com quem a afinidade foi temporária.

E afinidade real não é temporária. É supratemporal. Nada mais doloroso que contemplar afinidade morta, ou a ilusão de que as vivências daquela época eram afinidade. A pessoa mudou, transformou-se por outros meios. A vida passou por ela e fez tempestades, chuvas, plantios de resultado diverso.

Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças, é conversar no silêncio, tanto das possibilidades exercidas, quanto das impossibilidades vividas.
Afinidade é retomar a relação do ponto em que parou, sem lamentar o tempo da separação.

Porque tempo e separação nunca existiram.
Foram apenas a oportunidade dada (tirada) pela vida, para que a maturação comum pudesse se dar.
E para que cada pessoa pudesse e possa ser, cada vez mais, a expressão do outro sob a forma ampliada e refletida do eu individual aprimorado.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Vida Bela Vida



Intenções, orações,
Aflições, vamos repartir
Pensando bem,
Quantos sonhos deixamos pra trás
Outros porém, nós tornamos reais
Vida bela linda vida,
Só quero viver
Muito tempo ainda, junto com você
Deve existir,
Um motivo pra continuar
Aonde ir, ou pra onde voltar,
Indecisões, com o tempo só vem aumentar
Às desilusões, sempre tão fatais
Nossos corações,
Quando podem ser felizes batem muito mais

Vida bela linda vida, só quero viver
Muito tempo ainda junto com você
Vida bela linda vida
Por que não viver
Muito tempo ainda junto com você
Junto com você...

(Guilherme Rondon/Paulo Simões)

Atendendo a Pedidos...


Depois de tanto tempo relutando em criar esse espaço cá estou, pronta pra compartilhar com o mundo os meus ideais, pensamentos, desejos e esperanças...
Isso tudo é muito novo para mim, estão tentando me convencer de que eu sei escrever...
Coisas que eu considerava ser apenas desabafos tomaram forma e atingiram alguns corações...
A idéia é provocar reflexões construtivas a respeito do mundo, vida, valores, relações, sentimentos...
Resgatar, no íntimo de nossas almas, a nossa melhor parte...
Se eu puder atingir seu coração... ótimo...
Pois o meu está aberto pra receber o melhor de você e da vida.

Agora sim você pode receber minhas palavras em suas próprias mãos... :)
Melhor ainda.. podemos dar as mãos e somar as nossas palavras...